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Exerc​í​cio de Melancolia

by Dimitriesque

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nos meus sonhos quase de manhã quase sempre me vem a imagem dela aquela janela que não entrei - que ficava rente à linha divisória do mar. eu tentei alcançar os galhos altos vestindo um chapéu de lucidez, com os meus lábios tensos mas só encontrava espinhos - espinhos que acalanto e abraço, numa noite sem estrelas [in my dreams I see in different ways even more ways after the collision -that threatened to neutralize itself in passion- and vanished like the dust in the room] [nos meus sonhos vejo de diversas formas ainda mais depois da colisão que ameaçava neutralizar-se em paixão e esvair junto à/como a poeira do quarto] em letras minúsculas foi que escrevi o nome codificado como o toque delicado do verde que nunca vi, do rosa que abstraiu da planta que nunca vi, mas que mora no meu quintal da semente mastigada, que ainda assim floresceu da casca frágil, que ainda assim resistiu e mantém repete como o tempo que se esquece enraizada nas páginas de um livro que li da janela rente à linha divisória do mar que eu não entrei: nos meus sonhos quase de manhã quase sempre me vem a imagem dela. e é no corre-volta-sente-corre-volta que eu percebo a desilusão da criação de si-mesma quando mente. é sempre confuso revisitar aquilo que soa apenas como memórias sempre é de uma amargura que soa mal agradecida enquanto o dedo pincela um mandacaru que chora e é quase sempre confuso revisitar aquilo que soa apenas como memórias, apenas como memórias sempre é de uma amargura que soa mal agradecida enquanto o dedo pincela um mandacaru que chora
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E as palavras que me fogem como pétalas esvaídas ao movimento bruto do ar que vento torna, noite tempesta -Chuva do caju ameaça deitar sobre mim- mas nenhuma, lágrima nenhuma molha e a secura dos olhos incomoda Meu peito apertado em queda desvirtuosa sob a repetida voz que chama E não consigo chorar (mas o sonho e o sonho verde e o sonho vivo falou mais alto) Quando devaneia ou luta, chora Quando as mãos brutas, de encontro ao bruto do vento congelam e derretem ao calor do caminho, choram as nodas Tatuando o rosto como tinta-cicatriz -lágrima quasi eterna, marcada em tenso- Derrama um caldo invisível da secura bruta Eternizando como fóssil a lágrima E só consigo chorar
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a bent favor shows me a rough side on a path you accompanied me during a climb by ten, twenty, or thirty meters above the sea. submerged head, vacant body low mask, virtually low mask virtually. storage bans, organs clogging where they relaxed liquids. I couldn't help noticing the metal box in pants should I could shoud I could be able to disappear with my face on display submerged secrets identified as lost riffs of no non-existent location. metal walls also listen very well in this place run close to the silence the sound of confession. run close to the silence the sound of confession. (should I could) should I could be able to forget bullshit that made me forget traces essentially from me. manufactured numerals fruits of stories and momentary daydreams delusions, escapes and exposed faces what we held back came back to the surface. shoud I could be able to disappear with my face on display [...]
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Devir-Pardo 03:48
Quantas derrotas não me cabem na folha a qual escrevo com tanto desespero? Partículas indesejáveis e pré moldadas na história Geralmente não creio em suas palavras por ver dentro e entender coisas que me fazem sentir fetos e vultos que perpassam minha alma -a essência de tudo aquilo que existe em mim - por vezes eu tento entender motivos que levam a tudo por vezes decorre do ser mas sempre procurando o mundo de vênus e Tretas que não me dizem respeito não me dizem nada. nada. não me dizem como devo como devo proceder acerca do que foi escrito os muros me contam histórias que na verdade não fui eu que escrevi os muros me contam histórias que os tetos nunca vão descobrir pois cai derramando poeira e derrama poeira sobre barulhos metafísicos e não me dizem respeito não me dizem nada. Mas uma coisa é certa, o que foi escrito é falado mas nem sempre existem convites convites são feitos para serem vistos ou não
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Besta 03:34
Besta Foi quem me fez sentir Que a culpa era minha Depois do rolê que se foi Simplesmente existiu uma barreira Um muro munido de cacos Prestes a desabar Preste a explodir Derretido em lama concreto reduziu Água em pó Tendões retezados em lábios Que fracionaram partidos Como beijo partido Besta (2x)
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com Dezesseis anos ouvia Lifelover Minha fé frágil ainda me comove Tuas tretas falhas não te elevam ao pódio Correria é pela paz mental e eu mantenho o foco tipo Milton espaço dividido - relações amufinadas pelo neoliberalismo - Escrevendo tipo Milton, Paraíso Perdido, tons de poesia que eu lia no domingo Me distraio tipo Milton com esses beijos partidos, confundem Me percebendo então em mil tons de timbres percussivos Esses caras não sabem mas eu dormi pra sonhar Balançando minhas redes neurais, estrada longa, pedalo Enquanto green nessa paper destrava a borda do sonho que se enrolava cru nas noites e ruas dessa cidade, me vi vasto ainda que devastada sistema não deixa ter nada, não sou eu são vários esses caras não sabem mas eu dormi pra sonhar esses caras não sabem mas eu dormi pra sonhar esses caras não sabem mas eu dormi pra sonhar esses caras não sabem mas eu dormi pra sonhar (não sou eu, são vários e várias e váries) nunca foi tão solitário na Babilônia
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Anedonia 06:46
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about

surgiu da necessidade de me lamentar sobre os anos pandêmicos e as vidas ceifadas por um projeto de poder que visa à morte aliado a uma revolta dum planeta cansado
um projeto de poder que visa o darwinismo social escrachado.
que mina existências em prol de minérios preciosos às vezes inúteis.
uma grama de nada pela grana de ter força de trabalho barata
pela gana que nos priva do amor.
e nos obriga a seguir o mesmo devir.

ainda penso se deveria tá escrevendo uma letra a ser falada, poesia lida, ou pensamento patético, desprovido de estética vigente
me percebo até bem com palavras, mas nem sempre.

por isso relutei tanto com esse projeto, às vezes até comemorando dificuldades estruturais.

Em memória de César Alexandre (Lindsheaven Virtual Plaza), Tetê, Girafa, Breno e Venuilton

Disco 1 (Exercício de Melancolia): faixas 1 a 4

Disco 2 (Memória e Silêncio em Cinza Escarlate): faixas 5 a 12

credits

released April 2, 2024

Escrito entre as chuvas de 2020 e 2022. Produzido e finalizado nas chuvas de 2023.

Dimitriesque: produção, synths, guitarra, baterias, sampling, vocais, mixagem, masterização, cover art
Gloios: (faixa 2) Guitarras, arranjos
Diego Lucena: (faixa 3) Guitarras, noise
@Lastigmata: logo design

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no limbo música CE, Brazil

experimental, atmospheric & urban night sounds from a brazilian northeast based bedroom improvised studio by Gäbriel Opcional Dimitrï & affiliates/
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